Se você morasse em Brasília,
quando setembro chegasse
trazendo chuva,
e as flores exóticas
nascessem pelos canteiros das quadras
como enfeites esquecidos,
e a grama lavada voltasse
piedosa a brindar com oxigênio
a cidade perfumada
de terra molhada,
eu ficaria na janela,
como quem espera passar o café da tarde,
te imaginando subir encharcada as escadas
do bloco,
trazendo a primavera desenhada
nos seios marcando a camiseta branca
colada no corpo.
25.8.2014