enterra tuas unhas em meu peito nu
do modo que os toureiros cravam lanças nos touros vencidos.
quero, um a um, contar os lanhos em minha carne
no dia seguinte, em frente ao espelho,
ao me vestir para trabalhar.
trinca teus dentes em meu rosto
feito draga no lodo,
faz como se quisesse levar um pedaço cheio da minha barba.
quero a delícia de me arderem na cara os sulcos avermelhados
quando eu me enfiar no chuveiro de manhã,
depois que você for embora.
me encharca com teus beijos: que tua saliva fique em minha pele feito perfume que pega na roupa.
puxa-me pelos cabelos e me leva a boca pro teu meio que em fogo brasa pimenta mordida arde na noite secreta do quarto.
quero que minhas narinas guardem pelas horas monótonas do expediente o cheiro do teu sexo e que ele resista imaginário ao banho da noite.
Olá!
Cheguei ao seu blog e site por meio do poema “O amor de unhas e dentes”. Estava procurando o link do PDF do meu livro de poesia intitulado À unha (https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24814) e descobri você. Na minha ignorância, ainda não conhecia sua escrita, mas agora já vi mais coisas no blog e no site. Gostei de tudo que consegui ler.
Abraços!
Ana de Santana