Os falsos encantos da estupidez humana

Bruna Fantti/Folhapress
Bruna Fantti/Folhapress

É difícil não pensar que neste carro, no lugar daqueles cinco jovens, poderiam estar outras pessoas: as que já foram capas das revistas semanais como exemplos a serem seguidos nos diversos campos em que atuam, mas que se descobriu que seus lugares, no noticiário, são realmente as páginas policiais. Ao contrário dos cinco jovens negros e pobres, contra os quais não se levanta uma prova que os incrimine, apenas a que os inocenta: estavam indo lanchar para comemorar o aumento de salário de um deles. Salário de frentista.

Não vou citar nomes, não por medo de processo. É que não caberiam no texto e muito menos no carro.

Pensar que os verdadeiros algozes da vida nacional é quem poderiam estar naquele humilde Fiat Pálio na noite escura da periferia não é apenas um absurdo.

É ceder, por exemplo, à pena de morte não oficializada, um dos muitos falsos “encantos” da estupidez humana em nosso país, que historicamente é aplicada, por exemplo, apenas aos frentistas inocentes que gostam de passear com os amigos.

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