Poesia como Prece 7

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Georgino Neto e eu somos do mesmo universo.

Embora ele seja torcedor do Galo Mineiro e eu pertença à Nação Rubro-Negra – e isso nos coloque em polos opostos -, somos do mesmo espectro poético.

A poesia desse poeta de Montes Claros, que tive o prazer de conhecer exatamente um ano atrás, quando tive a alegria de ser homenageado pelo Psiu Poético, fala das coisas mais importantes da vida de um homem (e é nisso que me irmano a ele): as coisas simples, aquelas que as pessoas, no geral, não prestam atenção porque estão ocupadas com o que não importa.

A poesia de Georgino (ele escreve contos também) tem cheiro de café novo, tomado na varanda para se ver a tarde cair.

E tem mais: sabe aquela alegria eufórica, provocada pela primeira cerveja que se toma esperando sair o almoço de sábado? Pois é, a poesia do Georgino me dá essa tontura, essa alegria em estar vivo.

Aliás, é isso mesmo: a poesia de Georgino Neto é a de um cara que procura cumprir corretamente sua missão nesse planeta ameaçado, e com isso estar em paz enquanto estiver por aqui, enquanto alguma força superior em que se possa acreditar deixar que fiquemos.

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Sua poesia não tem a pretensão literária que aremessa tantos de nós, autores, no poço escuro da pedância.

Ele mesmo outro dia se confessou um poeta de feici búqui, “Sem gravidade literária ou virtuose linguística” , embora sua poética tenha lastro para estar em livros, blogs do métier e afins.

Se a ambição passa longe do poeta, ele segue enriquecendo a pobreza mediana da rede social.

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