Quatro coisas sobre a estupidez de Joivillle

1. É claro como água, para mim, que a opção pela iniciativa privada para fazer a segurança dentro de um estádio, numa partida de futebol, foi movida pelo mais puro – e sórdido – interesse econômico.

O crescimento do mercado da segurança privada é algo consolidado no país há muitos anos, alimentando-se justamente de outro crescimento: o da criminalidade e da consequente insegurança da população.

No comando dessas empresas estão, em boa parte, oficiais da Polícia Militar, a mesma que ficou do lado de fora do estádio em Joinville, enquanto bandidos (não torcedores) se matavam, ameaçando a integridade dos verdadeiros atleticanos e vascaínos.

É bom lembrar que ano que vem é ano eleitoral e as firmas de segurança financiam candidatos. Então, nada melhor do que encerrar 2013 engordando o pé de meia com o dinheiro público, para logo logo, bancar o deputado e o senador, que retribuirão cedendo ao lobby no parlamento.

Os comedidos, muito mais por medo do que por respeito a alguém ou algo, virão com a ladainha do “não se pode acusar sem provas”.

O problema é que no Brasil o costume tá virando o maior comprovante da corrupção.

2. Leio em algum canto que no jogo entre Vasco e Corinthians, em Brasília, a segurança no estádio ficou por conta da inciativa privada. Quem estava lá, viu de perto – ou sofreu na pele – o que aconteceu.

O Brasil é um país que se recusa a aprender com seus próprios erros.

3. Eu não consigo entender como o Vasco, que há dois anos – 2011 – só não foi campeão brasileiro por aqueles caprichos do futebol (e também porque houve muito favorecimento ao Corinthians), vai parar de novo no fundo do poço.

Se não entendo o Vasco, menos ainda compreendo o Fluminense: com dinheiro, patrocínio e campeão brasileiro, chafurdando no vexame.

“Parabéns”aos dois pela proeza.

4. Posso até estar embalado pela emoção indignada de ver a estupidez em Joinville, mas a cada dia perco mais a vontade de torcer pela seleção na copa, na copa que será em nosso país.

E quando penso no tal do legado que as cidades teriam, que a copa melhoraria o transporte, e isso e aquilo outro, toda essa balela que nos venderam para apoiarmos o evento, aí mesmo é que me vem um desejo de que essa seleção, que não me representa, vá pras cucuias com requintes de crueldade: 3X0 pra Argentina em pleno Maracanã.

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