Respeito a Mírians e Letícias

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Tenho me abstido de escrever sobre o momento político.

Confesso que me abateu o ânimo o nítido conluio entre os três poderes a favor da manutenção do descalabro.

Mas é que também têm me causado enfado, como nas últimas horas, tentativas como as de provar que não existiram as agressões verbais dos chefetes do PT contra a Míriam Leitão, que, tendo a projeção que possui, deveria ser internada caso criasse uma história fantasiosa de desrespeito.

Esse esforço de desmerecer a afronta sofrida pela jornalista me arranca tantos bocejos quanto os comentários que ela própria faz na TV.

Da mesma forma me entendia (na verdade, me enoja) o procedimento igual quando o alvo é personalidade alinhada com o chamado “outro lado”. Tenhamos como exemplo os insultos que já foram dirigidos à atriz Letícia Sabatella.

O pior é a pobreza argumentativa de ambos os polos: “ah, mas quando xingaram fulano vocês não disseram nada!” ou ” Quero ver agora o que vai falar aquelazinha que defende os direitos desse, daquele e daquele outro”.

Esse embate raso, calcado no ódio e na ausência de diálogo, pode alimentar ainda mais a despolitização das pessoas, porque chega uma hora em que não há mais saco para Fla-Flu, para Piquet ou Senna, para Marlene ou Emilinha (atenção, mais novos, pesquisem este último).

Discussão política virou sinônimo de barraco nesse país, quando precisa ser cadeira gentilmente puxada para que o adversário sente e converse, pois do contrário haverá o império dos conluios prevalecendo sempre sobre nossas necessidades.

Que tal substituirmos o desmerecimento pela respeito à opinião contrária como primeiro passo para uma sociedade saudavelmente politizada?

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