Se não fosse em Brasília

Asa Norte, 17h45

Não morro de amores por Brasília (aliás, nos últimos anos, nem pelo resto do país).

Viver aqui para mim é muito um casamento por interesse.

Mas nem de longe acho que a construção da cidade foi um erro. Muito pelo contrário.

Não fosse Brasília, tudo aqui ao redor seria um velho oeste sem lei e abandonado pelo poder central, igual ao que era antes da capital mudar para cá (leiam Viagem à Província de Goiás , de Auguste de Saint-Hilaire) e que, em boa medida, ainda é.

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Em Brasília não há uma ilha da fantasia, mas sim gente que vive em uma ilha da fantasia.

Integra as alta esferas, por exemplo, do funcionalismo público, e entrou nele não para servir à sociedade, mas, sim, se servir do Estado única e exclusivamente para conforto próprio e seu beneplácito.

Não foi apenas uma vez que escutei por essas bandas que no Brasil não existe gente passando fome (algo repetido pelo deplorável ser que ocupou a presidência nos últimos quatro anos).

Mas esse tipo de pessoa não é artigo exclusivo de Brasília.

A ilha da fantasia existiria caso a capital fosse em outra cidade, do Rio Grande do Sul a Roraima.

Talvez só não houvesse nuvens e ipês tão belos.

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