Irmãos dos pássaros, árvores, flores e águas

Parque Nacional de Brasília

Eu me encontrei nessa história de fazer trilha.

Caminhar pelo cerrado adentro pode ser, antes de tudo, um passeio por você mesmo.

Debaixo do sol, pisando firme a terra arenosa, se embrenhando pelas árvores tortas, a mais típica característica do bioma, e tomando os caminhos coloridos por flores exóticas, como a caliandra e o chuveirinho, ao som da trilha sonora dos pássaros e do correr das águas, nos sentimos irmanados a tudo isso, e ainda ao vento, às nuvens e ao próprio céu azul.

Caliandra

Sim, tudo isso é peça da criação, como nós somos.

Não somos um elemento apartado de toda essa obra majestosa; nós também somos a criação e o que chamamos de natureza.

Cachoeira do Urubu – Lago Norte – Brasília – DF

Quem sabe se no dia em que enxergarmos esse pertencimento, descobriremos que se não quisermos desaparecer por causa da fome, da sede ou engolidos pelos mares e pelas enchentes, não resta saída além da preservação.

O problema é que enxergarmos isso é a cada minuto mais urgente

6 comentários em “Irmãos dos pássaros, árvores, flores e águas”

  1. Ádlei Carvalho

    Penso exatamente como você, meu caro. Somos um elo da mesma corrente, um filamento do mesmo DNA. O problema é que temos muita dificuldade de enxergar o óbvio. Como dizia o filósofo João Cabral Duarte Jr: se vivêssemos debaixo d’água, provavelmente a última coisa que perceberíamos seria a água.

  2. Marisa Gomes de Amorim Demarchi

    Somos um, somos parte desse mundo… não somos o mundo e o mundo não gira em torno de ninguém…

  3. Me parece, infelizmente, que a grande maioria ainda não entendeu isso: que temos todos a mesma origem e estamos todos absolutamente interligados. Parabéns pelo texto tão inspirado.

  4. Maria Cida Neri

    Urge que cuidemos dao nosso entorno, assim como do nosso interior.

  5. Ricardo Almeida

    “Pra que assuma o comando o que realmente importa” (A.G.)

  6. Teresa Madeira

    Urgentíssmo !
    Ótimo texto, ritmo perfeito como águas de um riacho, como o balançar das palhas do buriti num momento de branda ventania.
    A leitura dos seus textos, André, são sempre bons momentos.

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