Cerca de 30 anos atrás eu era repórter da TV Band, no Rio, e como meu horário se esticava até umas dez da noite, eu costumava cobrir passagens de som de shows e ensaios de peças de teatro.
Numa dessas, entrevistei Aracy Balabanian.
Ela ensaiava uma peça em que interpretava ninguém menos do que Clarice Lispector (a montagem contava a vida da escritora).
Acho que do meio artístico e entre os chamados globais foi a pessoa mais simples, simpática e luminosa que entrevistei em minha vida de repórter faz tudo.
Uns cinco anos depois, passei a compor a mesa do Sem Censura, na TVE, com Leda Nagle no comando, e ali o que não faltava era atriz/ator a dar entrevista.
Eu participava uma vez por semana e nunca calhou de Aracy estar no meu dia no programa.
Passei dois anos no Sem Censura e entrevistei dezenas de famosos da telinha.
Aracy não perdeu sua liderança no meu humilde ranking de simpatia, simplicidade e luminosidade.
Certamente isso está contando a favor dela agora, quando bate à porta do outro mundo.