Pior que o Bolsonaro são os repórteres

Por trás da agressão verbal que o deputado Jair Bolsonaro cometeu contra a repórter Manoela Borges, da Rede TV ( https://www.youtube.com/watch?v=eTZuWvmaaW4) , há algo que me indigna além da estupidez e da boçalidade do parlamentar.

Se esse procedimento não causa mais espanto ao Brasil, acostumado ao jeito equino do deputado, revolta-me, pois, a passividade dos outros repórteres, companheiros de profissão de Manoela, que, impassíveis, viram uma colega de trabalho ser humilhada por esse gorila que no Congresso Nacional está com o voto do eleitor e lá se mantém com o dinheiro do contribuinte.

Pelo menos no vídeo, nenhum, absolutamente nenhum repórter, cinegrafista ou fotógrafo se pôs contra o desrespeito imposto não apenas à profissional, mas, acima de tudo, à mulher e ao ser humano.

Sou de um tempo na reportagem em que se bem menos do que isso acontecesse – e não apenas com uma mulher, mas também com um colega – esse troglodita covarde levaria na cara com a parte pontiaguda de um pesado microfone de TV.

Escravos da neurose e da pressa em postar o mais rápido possível na rede social qualquer informação – não importa se pertinente ou mesmo confirmada –, os repórteres de hoje em dia parecem imbecis mecanizados, cuja programação só permite ouvir sem questionar, rebater, redarguir, porque é preciso não perder tempo para postar no twitter antes do G1 e da Folha.

Que máquina perfeita sois vós, novos colegas de pauta!

Nem a covardia e a estupidez contra uma par de ofício é capaz de desviá-los do código que o editor digitou em vocês antes de saírem da redação.
Se não reagem assim nem quando os estúpidos vilipendiam o exercício da própria profissão, que dirá quando eles – boçais – fazem o mesmo contra a sociedade.

Só um toque prum rapaz de 20 anos

Fico sabendo que um dos organizadores da tal Marcha da Família com Deus (aquela que nem Deus nem quase ninguém foi) no Rio Grande do Sul é um rapaz de 20 anos, nascido, portanto, quando o País já era uma democracia.

Não vou me deter na total ignorância histórica sobre o período da ditadura militar que esse rapaz, e outros de mesma idade, demonstra ao defender o retorno das trevas à condução na vida nacional.

Apenas gostaria que ele, e toda sua geração, pensasse se toda vez que reclamasse da comida em casa levasse na cara um estalado tapa da mãe, ou, então, se sempre na adolescência quando pediu para voltar mais tarde da festa houvesse tomado uma surra do pai.

Pois é, garoto. Você ainda é novo.

Deixe de lado a estupidez.

Ainda há tempo.

Marcha da família
Marcha da família

Verde blocs: Os radicais da direita!

Por Ivana Bentes

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade mostrou sua cara em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tocando o hino nacional e bradando palavras de ordem vestidos de verde- amarelo, o Brasil conheceu a fala e gestos furiosos dos conservadores. Eram pouquíssimos felizmente! Mas mostra uma reorganização da direita no pais.

“Eu sou Verde Bloc”. “Tortura não é crime”. “Estamos aqui para defender o Brasil do Golpe Comunista”. Vá pra Cuba que o pariu!”. “Essa moça negra veio servir o café”. Essas foram algumas das pérolas ditas pelos manifestantes durante a transmissão NINJA que fez cobertura da Marcha da Familia e da Marcha Antifascista.

No Rio quando as Marchas se encontraram na Central do Brasil, os patriotas defensores da “moral e bons costumes” ameaçaram quebrar o dedo de um, meteram a mão no celular do repórter Ninja, fizeram agressões verbais, deram soco na câmera e um repórter ainda teve uma alça de câmera quebrada pelos manifestantes da direita que estavam sempre amparados pela Policia.

Um rapaz da marcha antifascista agredido por um “Verde Bloc” foi perseguido pela Policia. O clima nos momentos mais tensos era mais parecido com uma guerra de torcidas irracionais e anacrônicas! Bem vindos ao Parque dos Dinossauros! Nada justifica a defesa de um regime de exceção!

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