Só um toque prum rapaz de 20 anos

Fico sabendo que um dos organizadores da tal Marcha da Família com Deus (aquela que nem Deus nem quase ninguém foi) no Rio Grande do Sul é um rapaz de 20 anos, nascido, portanto, quando o País já era uma democracia.

Não vou me deter na total ignorância histórica sobre o período da ditadura militar que esse rapaz, e outros de mesma idade, demonstra ao defender o retorno das trevas à condução na vida nacional.

Apenas gostaria que ele, e toda sua geração, pensasse se toda vez que reclamasse da comida em casa levasse na cara um estalado tapa da mãe, ou, então, se sempre na adolescência quando pediu para voltar mais tarde da festa houvesse tomado uma surra do pai.

Pois é, garoto. Você ainda é novo.

Deixe de lado a estupidez.

Ainda há tempo.

Marcha da família
Marcha da família

Verde blocs: Os radicais da direita!

Por Ivana Bentes

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade mostrou sua cara em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tocando o hino nacional e bradando palavras de ordem vestidos de verde- amarelo, o Brasil conheceu a fala e gestos furiosos dos conservadores. Eram pouquíssimos felizmente! Mas mostra uma reorganização da direita no pais.

“Eu sou Verde Bloc”. “Tortura não é crime”. “Estamos aqui para defender o Brasil do Golpe Comunista”. Vá pra Cuba que o pariu!”. “Essa moça negra veio servir o café”. Essas foram algumas das pérolas ditas pelos manifestantes durante a transmissão NINJA que fez cobertura da Marcha da Familia e da Marcha Antifascista.

No Rio quando as Marchas se encontraram na Central do Brasil, os patriotas defensores da “moral e bons costumes” ameaçaram quebrar o dedo de um, meteram a mão no celular do repórter Ninja, fizeram agressões verbais, deram soco na câmera e um repórter ainda teve uma alça de câmera quebrada pelos manifestantes da direita que estavam sempre amparados pela Policia.

Um rapaz da marcha antifascista agredido por um “Verde Bloc” foi perseguido pela Policia. O clima nos momentos mais tensos era mais parecido com uma guerra de torcidas irracionais e anacrônicas! Bem vindos ao Parque dos Dinossauros! Nada justifica a defesa de um regime de exceção!

Três coisas

1 – É desumana a repetição das imagens da mulher sendo arrastada pelo carro da Polícia Militar no Rio. A essa altura da cobertura jornalística, mais de 48 horas após o acontecido, é de se perguntar que informação ela agrega ao esclarecimento dos fatos, que por causa da própria imagem já são por si só extremamente claros. A única soma que trazem é de dor ao desespero da família.

2 – Digamos que, por uma hipótese absurda, uma parte do México ou do Canadá se rebelasse e decidisse se anexar aos Estados Unidos. E que essa decisão fosse tomada pelo parlamento local, com base numa consulta popular de maioria esmagadora a favor da anexação. Haveria toda essa comoção mundial que não leva em conta a decisão soberana de um povo?

3 – Com essa história da Crimeia, quem tá Putin é o Obama.

Músicas para lembrar o horror 1

Daqui a duas semanas, o golpe militar de 1964 completa meio século. Não há como nominar aquele movimento de outra forma: foi golpe, pois retirou do poder um presidente escolhido pelo povo, e no caso de Jango com o particular de que à época votava-se também para Vice-Presidente da República, ou seja, ele não chegou lá com os votos dados a Jânio Quadros.

Para “comemorar” essa o meio século do início de um dos períodos mais trevosos da vida nacional, todos os dias postarei em meu blog e também no feci búqui links de músicas que combateram ou falaram da ditadura militar no Brasil. Tudo para que não deixemos que se repita o período que dizimou vidas e famílias e atrasou não apenas o desenvolvimento material da nação, mas também a sua própria inteligência.

A música é certamente o gênero artístico mais tocante ao coração humano, tanto para falar de amor quanto para denunciar a tirania.

O mínimo de visão histórica sobre o período me impediria de começar esta série com outra canção que não fosse esta:

https://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k

PS: Quem quiser me mandar links – pro blog ou pro feici – fique à vontade.

Marcha da família

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