Oito anos de FLIP

Por Alexandre Pilati*

Até este domingo o mundo literário nacional respira a oitava edição da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty. Com a presença de autores mundialmente respeitados, como Julian Barnes, Don DeLillo e Eric Hobsbawm a primeira Festa Literária Internacional de Paraty, realizada em 2003, inseriu o Brasil no circuito dos festivais internacionais de literatura. Ao longo de suas edições seguintes, a Flip ficou conhecida como um dos principais festivais literários do mundo, caracterizada não só pela qualidade dos autores convidados, mas também pelo entusiasmo do público e pela hospitalidade da cidade.

Nos cinco dias de festa, a Flip realiza cerca de 200 eventos, que incluem debates, shows, exposições, oficinas, exibições de filmes e apresentações de escolas, entre outros, distribuídos em Flip. O que atrai mesmo a atenção do público na FLIP é ver, lado a lado, autores internacionais de renome e escritores brasileiros.

Dois destaques da Flip desse ano: Isabel Allende e Ferreira Gullar

Quem não está lá na Flip, pode aproveitar a oportunidade para conhecer ou lembrar obras de dois nomes de destaque na edição deste ano, a chilena Isabel Allende e o brasileiro Ferreira Gullar.

Com a desistência de Lou Reed, a grande atração internacional da Flip de 2010 é Isabel Allende. A peruana naturalizada chilena Isabel Allende (1942, Lima, Peru) lança na Flip seu mais novo livro, A ilha sob o mar. Depois de três anos sem publicar – seu último trabalho, A soma dos dias, foi lançado em 2007 –, Isabel volta à ficção com a história da escrava Zarifé. Jornalista desde os dezessete anos, Isabel estreou na literatura com A casa dos espíritos, em que utilizou os manuscritos das cartas que escreveu para seu avô, enquanto ele convalescia no leito de morte, para retratar os fantasmas da ditadura de Augusto Pinochet. A escritora se transformou em um verdadeiro best-seller mundial, com dezoito livros publicados em mais de trinta idiomas.

Grande nome entre os autores brasileiros, o poeta Ferreira Gullar participa na Flip de uma mesa em comemoração aos seus 80 anos de vida. Ferreira Gullar é poeta, crítico de arte, tradutor, cronista, dramaturgo e ensaísta e nasceu São Luis do Maranhão. Em 1951 mudou-se para o Rio, onde ficou conhecido pelo movimento neoconcreto, que criou ao lado de Lygia Clark e Hélio Oiticica. Sempre engajado politicamente, nos anos 60 Gullar foi presidente do CPC da UNE, filiou-se ao Partido Comunista e ajudou a fundar o grupo Opinião. Preso após o decreto do AI-5, em 1968, foi exilado, período em que escreveu sua obra mais famosa, Poema Sujo. Retornou ao Brasil em 1977 e, depois de uma nova passagem na prisão, voltou a publicar regularmente – já são mais de 40 títulos, muitos deles premiados. Em 2010, ao completar 80 anos, Gullar, que já foi indicado ao Nobel, recebe o Camões, o mais importante prêmio da língua portuguesa, e se prepara para lançar novo livro de poemas, Em Alguma Parte Alguma. 

 

Todas as segundas, 16h31, e ter’cas, 11h31, eu e Alexandre Piliati conversamos sobre literatura na BandNews FM, 90,5, Brasilia.

 

1 comentário em “Oito anos de FLIP”

  1. giovani iemini

    estive lá na flip com o bar do escritor. foi fera.
    devia ter divulgado melhor…
    []s

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