Os dois gumes do voto nulo

òdio

Acho que o voto nulo é sim um instrumento democrático.

Se nenhum dos dois me agrada, tenho o direito de anular o voto.

Aliás, democrático mesmo é ter o direito de nem aparecer para votar e não ser penalizado por isso.

Só que, nos dois casos, não tenho o direito de reclamar, me isentei de escolher um. Ou tenho esse direito, justamente porque não quis nenhum dos dois e posso reclamar de quem escolheram. Mas isso é uma outra discussão.

O fato é que entre dois ruins, muito ruins (vide o caso do Rio de Janeiro) sempre haverá um pior (vide novamente o Rio), e não escolher entre os dois pode significar escolher o pior.

Estou escrevendo pensando em você, que é antiPT.

Tudo bem, não te tiro a razão, embora ache que você exagera. Mas isso é, novamente, outra discussão.

Essa tal ditadura comunista (ou socialista, não se decidem muito bem como a chamam) não existiu nos governos do PT e não existirá.

Durante o 2º governo Lula, apresentei um programa na Band News FM em Brasília juntamente com um jornalista famoso que acordava já pensando em como bateria no governo naquele dia. Tudo era motivo para falar mal do então presidente. Todo dia era pancada.

E nunca – nunca mesmo – houve qualquer represália do Palácio do Planalto, ao contrário de governos locais de outros partidos.

Se você pensa em votar nulo por causa do seu ódio justificável, mas exagerado, ao PT, lembre-se de que com ele de volta ao governo você terá garantido, inclusive, o direito de mostrar esse ódio.

E de fiscalizar a corrupção, que é o motivo que te levou a sentir o que você sente.

Já em um governo autoritário, isso jamais será possível.

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