Por que votarei em Fernando Haddad

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William Nascimento é um dos bons jornalistas de uma geração que se formou poucos anos atrás. Mistura eficiência e momentos de brilhantismo.

De origem humilde, me contou outro dia que se não fosse o governo do Lula, não teria conseguido se formar. Referia-se a instrumentos como Prouni, Fies, adotados quando Fernando Haddad era ministro da educação.

Willian é exemplo do Estado mudando para melhor a vida das pessoas. Há outros exemplos por aí, vestindo jalecos de médicos, nos escritórios de advocacia, fazendo cálculos de engenharia. Quem acha isso pouco ou irrelevante certamente é porque nunca passou apertos com mensalidade de escola.

Prefeito de São Paulo, Haddad abriu a cidade para as bicicletas, coisa que se faz nos países de primeiro mundo. Foi na contramão do transporte individual, que satura não apenas as cidades brasileiras, mas também nossa qualidade de vida.

Não foi reeleito, e os adversários dizem que foi “expulso” pelo eleitor paulistano.

“Expulso” por um eleitorado que deu mandato a Alexandre Frota, um ator pornô, e ao Tiririca pela 2ª vez, um palhaço que fez o povo de palhaço, porque disse que largaria a política e taí de novo.

Ser “expulso” por um eleitor desses é um elogio, é ponto a favor.

Eleitor do PT há 32 anos, desde minha primeira eleição, me decepcionei com a ganância do partido pelo poder, pelas mãos que meteu na lama, pelas alianças espúrias que fez.
Mas votarei em Fernando Haddad com a consciência tranquila e convicto da minha escolha.

Porque creio em sua capacidade de fazer uma gestão moderna, que dê agilidade e eficiência ao Estado, mas sem nunca perder de vista a justiça social.

Pode-se até achar que sua experiência administrativa é pouca, mas ao que consta, o outro candidato sequer síndico foi algum dia.

Creio que Haddad será capaz de conter a sede de poder dos próprios correligionários e, com isso, manter sob vigília os que têm inclinação pelo lamaçal. De quebra, mostrar autocrítica em relação às decepções provocadas pelo partido.

Penso que tem personalidade sim. Poderá e deverá se aconselhar com os mais experientes, mas longe de ser marionete. Leva-me a crer que o país será governado de Brasília, de seu gabinete, e não de outro lugar.

E, por fim, e talvez o mais importante, não anda com gasolina e fósforos debaixo do braço, pronto a começar um incêndio a cada contenda. É um claro defensor da democracia e carrega um tom naturalmente apaziguador (algo nele me lembra JK, pelo o que a história conta), capaz, inclusive, de sentar com o outro lado, conversar, ouvir, tentar o entendimento.

E o entendimento será fundamental para o Brasil depois de 28 de outubro.

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