Estive em Belo Horizonte participando do Psiu Poético BH e o Ádley Carvalho organizou uma cervejada para me receber, em uma noite que guardarei para sempre em minhas melhores memórias afetivas. Foi aí que conheci o Aloísio Sá. Ele comprou As Filhas Moravam com Ele e me brindou com essa resenha que me deixou nas nuvens.
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Acabei neste instante a leitura deste livro que iniciei ontem à noite.
Conheci o moço muito rapidamente e conversamos apenas banalidades.
Como estou numa entressafra de livros (comprei cinco e nenhum chegou ainda), me lembrei que este estava lá embaixo, em algum lugar.
São vinte histórias contadas sem enrolação, “na lata”, como se a vida fosse por aí. E é.
Os personagens quase sempre são trágicos e os acontecimentos poderiam estar estampados em jornais desses de cinquenta centavos.
Mas nos jornais não tem literatura, não tem poesia, os mortos dos jornais não têm nada além de nomes; os de André Giusti, não. Eles têm vida, têm literatura, têm nomes, têm sentimentos, têm poesia e têm alegria e dor. Têm passado e parecem não ter futuro. Têm presente e parece que seguem a vida como se fosse no sistema do “assim que dá pra levar”, “a gente vai levando…”.
Literatura é um prato frio que se come com amor e coragem, que se escreve com dor e paciência.
Aqui tem um lirismo que corta a pele até sangrar, aqui a vida é dura pois a vida é dura e sem candura.
Todas as histórias nos levam a reações variadas. Eu ri e me emocionei, separei trechos de poemas que encontrei em vários trechos da mesma história.
André Giusti usa as palavras como quem usa um estilete com habilidades para recortar sentimentos e enebriar nossa mente e nosso coração.
Eis aqui a literatura que eu bebo até ficar alegre e triste, feliz ou insuportavelmente infeliz e cair em prantos.
Querido, agora a honra é toda minha em aparecer em seu blog.