Dica de cinema
Hebe Camargo era programa para mãe e pai, vó e vô.
Portanto, quando ela estava no auge, para mim era apenas uma perua louraça que não falava nada que interessasse a um moleque de seus 16, 17 anos.
O filme que está em cartaz serve para resgatar a figura da apresentadora, inclusive para gente como eu, profissional da comunicação.
Se ela foi mesmo o que a telona mostra, Hebe Camargo é digna de nosso respeito e nossa admiração por sua coragem e sua luta contra a censura e pelo direito de as pessoas serem o que querem ser, a começar pela sexualidade.
Tudo bem, ela fazia campanha pro Maluf, mas é um filme sobre um ser humano, não sobre uma divindade às portas da perfeição.
No papel da apresentadora, Andréa Beltrão dá uma aula, uma baile, um show, um espetáculo de gala de interpretação. Marco Ricca faz o mesmo.
O filme já valeria por isso, mas a razão principal é mesmo a história, ainda mais nesses tempos em que a liberdade de expressão voltou a ser tão ameaçada.