Posições claras

Nos dias de hoje tem sido difícil saber quem quer e pensa o quê. Acho que é preciso se posicionar sobre Alguns assuntos. Dessa forma, as pessoas saberão o que esperar de nós.

1-Sou contra qualquer tentativa de golpe, civil ou militar.

2-Sou a favor dos partidos, na vida política e nas manifestações, mais ainda de melhorá-los.

3-Acredito em Deus e respeito os ateus. Não me acho melhor do que eles.

4-Sou espírita e não me acho melhor por isso. Defendo a liberdade religiosa, mas não a imposição da fé.

5-Admiro a umbanda e o candomblé e defendo seus adeptos, pois são discriminados pela sociedade porque as duas religiões são identificadas com os negros.

6-Sou contra o aborto. Como espírita, não concordo com o ato, mas não condeno quem o faz. Sou muito pequeno para julgar uma mulher que vive um drama como esse e acho uma perda de tempo campanhas antiaborto.

7-Sou a favor do casamento gay.

8-Sou a favor da adoção de crianças por casais gays.

9-Sou contra a legalização das drogas.

10-Sou a favor do regime de quotas para os negros.

11-Sou a favor do voto facultativo.

12-Defendo a Marcha das Vadias.

13-Sou contra a redução da maioridade penal, e, claro, a pena de morte.

14-Sou a favor do desarmamento.

Ps: essas posições são consolidadas, nelas não cabe a “Metamorfose ambulante”.

Sobre outros assuntos, talvez eu nem saiba o que penso. Não somos obrigados a achar sempre alguma coisa sobre tudo.

Obrigado pela atenção.

A paz (nas manifestações) é possível

Tanto quanto a estupidez verificada ontem à noite em pontos isolados, perigosa também é a tentativa de, a partir disso, desqualificar a legitimidade do movimento dos últimos dias.

Além do vandalismo, persiste a acusação de uma pauta objetiva, como se nosso país não fosse um rosário de mazelas, um mosaico de motivos para se reclamar.

Dos manifestantes se diz que são filhos da classe média, elite, alunos de bons colégios. Digam-me, então, qual a diferença sócio-econômica desses manifestantes de hoje para aqueles de 1992 que derrubaram o Collor, capitaneados, inclusive, pelo partido que está no poder? E para os de 1984, nas Diretas Já? E em 1968, eram pobres e esfarrapados os participantes da marcha dos 100 mil?

Os dois lados, aquele que governa e vê perseguição até na sombra, e o outro, que, na incompetência de ser oposição – até porque nunca foi – tem a ilusão de que esse povo que brada vai querê-lo de volta no poder, querem passar um sentimento de que é hora de recuar, de não ir mais para as ruas. Porque os vândalos tomaram conta, porque os objetivos perderam razão de ser. Porque está ficando perigoso.

Não obstante a estupidez de ontem, os momentos de paz foram numerosos, pelo que pude observar de vários depoimentos. Ocorre que o mal sempre sobressai, e aí não vou falar em sensacionalismo ou cobertura tendenciosa da imprensa. Vou falar da invigilância do bem. O mal se cria porque o bem se omite.

E é aí que quero chegar, para encerrar.

A paz é fruto também da vigília constante, incansável. Em casa, no trânsito, no trabalho, nas ruas. Nas manifestações.

Há algumas recomendações por aí para impedir o vandalismo, tais como se sentar no asfalto para que a polícia identifique logo os baderneiros. Deve haver outras formas também de impedir que nos vença a nossa própria covardia, como querem os estúpidos, os cínicos, os demagogos.

O que não pode é o recuo diante da boçalidade, da hipocrisia e do cinismo, diante de toda essa podridão secular que, enfim, nos fez ir para as ruas.

Todos nós ajudamos a pôr fogo no Itamaraty

O Estado e a sociedade estão recebendo a colheita de um longo período de plantação. Uma plantação de mais de 500 anos.

Os atos de vandalismo nas manifestações dos últimos dias, principalmente nas de hoje, como a tentativa de invasão e de incendiar o Palácio do Itamaraty, podem sim ser interpretados como o fracasso desse Estado em suas funções básicas.

Dar educação de qualidade é uma delas.

Como esperar respeito ao patrimônio público se a escola, por exemplo, não difunde essa noção de respeito? Aliás, se o próprio Estado dilapida e deixa que se esfacele pela ação do abandono seus prédios históricos, seus monumentos.

O vandalismo é também uma das garras de uma fera chamada violência do Estado, alimentada através dos séculos de nossa existência como país, no interior das delegacias, dos quarteis, presídios, nas simples revistas da polícia em ônibus da periferia.

Não, não sabemos o que é ser negro e pobre numa batida da polícia na periferia. Só quem é, sabe.

Dirão, acertadamente, que entre os boçais da agressão ao Itamaraty provavelmente só havia gente de classe média.

Sim, e eles exibem outra das garras da violência: a da sociedade, incluindo a mídia, que promove a paz em seu discurso e fatura em audiência com tiros e hemorragia nas telas, inclusive nas das, pretensamente de bom gosto, TVs a cabo.

Não estão isentos os telespctadores – e são muitos -, cujos olhos se deliciam com esse tipo de programação, que ganhou musculatura nos últimos anos – com o perdão da imagem que a ilustra – pelas lutas de UFC.

Nessa noite tensa de quinta-feira cada um de nós, mesmo condenando a estupidez, já ajudou um pouco a colocar fogo no Itamaraty.

Considerações sobre o caldeirão fervendo 2

Uma: pode parecer certo o repúdio aos partidos políticos pelas manifestações. E levando-se em conta o quilate deles nos dias de hoje, é certo mesmo. Mas queiramos ou não, eles são instrumentos fundamentais à política, e sem política não há como implementar as mudanças que se pedem nas ruas.

Mesmo que eles fossem extintos, a luta por um país justo reuniria pessoas que, apesar do mesmo propósito, teriam visões distintas sobre o mesmo ideal, pois a divergência na forma de enxergar as coisas faz parte da natureza humana. E aí cada qual se alinharia àquele que tem o pensamento e o interesse (e interesse não é necessariamente algo egoístico e individualista) mais próximo do seu. Haveria, portanto, associação por afinidade de pontos de vista e objetivos, o que, aliás, deveria ser o princípio purista dos partidos.

Talvez não seja o caso de exigir que acabem, mas sim que mudem e cumpram sua finalidade: fazer política em favor da sociedade. E quando se vai às ruas com o propósito dos últimos dias, indiretamente está se pedindo isso.

Outra: quando as TVs destacam e massificam o que o dito vandalismo tem promovido nas passeatas, elas querem faturar na audiência, como bem lembra meu amigo Sergio Maciel. Afinal, mostrar os vidros estilhaçados da agência bancária e o ônibus incendiado chama mais atenção do telespectador do que o mérito das manifestações. Esse é o objetivo, digamos, comunicacional e mercadológico. Mas não é o único. A tentativa de desmerecer o movimento dos últimos dias não está morta na telinha. E esse é o objetivo político.

Mais uma: hoje, na hora do almoço, hora de trânsito intenso, cerca de 50 servidores administrativos do Governo do Distrito Federal fecharam uma das principais avenidas da cidade. Em frente ao Palácio do Buriti, sede do Governo local, pediam a gratificação, o abono, o reajuste retroativo a sei lá quando, enfim, todo aquele mimimi de um tipo de funcionário público que só grita pelo próprio bolso e interesse. Não entenderam ainda que se para uma cidade, um país, o mundo inteiro, se preciso for, pelo interesse coletivo, pelo bem estar geral, e não pela satisfação do próprio umbigo.

A última: Marco Feliciano e todos que apoiam o tal projeto da cura gay, e que não são evangélicos necessariamente, são a voz e as mãos das trevas resistindo nesses dias em que procuramos a luz.

Considerações sobre o caldeirão fervendo

1)Uma coisa que nunca quisemos enxergar por causa do hábito da acomodação: se a gente apertar, eles cedem.

De uma hora pra outra, começaram a reduzir o preço das passagens, mais rápido até do que quando decidem reajustar. Onde não subiu, estão dizendo que não há motivo para subir (vide Brasília). E quem ainda não reduziu o preço, tá se virando para ver que jeito dá nisso (São Paulo, onde uns dias atrás, antes do pau quebrar de verdade, o Prefeito disse que redução de preço nem pensar).

Aliás, pelo que vi rapidamente na TV, no Brasil os donos de ônibus bancam só 10% do custo operacional da frota. O governo entra com 20% e, claro, você já sabe qual bolso mordem os 70% restantes.

Na Europa, a conta é dividida igualitariamente entre empresas, governo e passageiros. Ou seja, não precisa muita ginástica para descobrir como reduzir o preço da passagem.

2)É claro que o que fizeram com o Caco Barcelos, impedindo-o de trabalhar numa das manifestações, é demonstração de indigência intelectual. O fogo ateado ao caminhão da Record é boçalidade, estupidez.

Mas, infelizmente, é também sinal de que, assim como as demais instituições, a imprensa talvez também esteja distante dos anseios do povo, não está falando a língua das necessidades das pessoas.

3)Domingo passado, em cerca de meia hora, vi em Brasília, cidade que não tem parque industrial, três porches e uma masseratti. Hoje, o jornalista Mino Pedrosa informa que um mero diretor do órgão responsável por fiscalizar os ônibus da cidade, cuja profissão de origem é cobrador de uma das empresas de ônibus da capital, comprou uma camionete de R$ 130 mil, à vista, um supermercado e uma loja de carros usados.

4)Entendeu, então, porque um monte de gente encheu o saco e está indo às ruas?

A pauta é essa, o recado está dado

Pois eu acho que o mais importante das manifestações é justamente elas não terem a tal da pauta objetiva, fechadinha, prontinha para ser posta em panfletos e faixas verde – limão.

Me dão asco as manifestações daqueles nichos do serviço público com seus carros de som ensurdecedores e com todo mundo vestindo a mesma camiseta branca pedindo aquilo que só interessa ao próprio umbigo: o pagamento da gratificação tal, o cumprimento do acordo tal, a bonificação retroativa a sei lá quando. Esse tipo de manifestação sim prejudica o trânsito, atrasa a vida das pessoas, o país, porque é egoísta, porque protesta em favor do próprio interesse e bolso.

Cada um de nós, mesmo que critique, está representado nas passeatas dos últimos dias, porque, ao que tudo indica, tratam-se das manifestações do saco cheio, da paciência esgotada, e não existe no país de hoje pauta mais objetiva do que essa.

É inegável que o Brasil é melhor do que era dez anos atrás, e para que não soe partidário, também é inegável que o país em 2003 era melhor que aquele de uma década antes.

O que, no entanto, não mudou a nosso favor é o jeito de fazer política, que na verdade nunca foi “fazer política”, mas sim servir à politicagem.

O partido que está no poder – com a ajuda do meu voto, inclusive – está há dez anos desperdiçando justamente a chance de mudar a posição da chave de politicagem para política. Mais do que uma expectativa, havia uma certeza de que ele faria isso, mas o que se vê é o caminho na direção oposta a nossa antiga esperança.

E é por isso que quase 300 mil botaram para quebrar ontem à noite.

Não é mesmo por causa de R$ 0,20, mas sim contra uma filosofia de poder, de governar, que está em piores condições que o transporte público, as escolas, os hospitais.

Essa é a pauta.

Quem importância há, então, se apenas uma pessoa apareceu na reunião num acarpetado e refrigerado gabinete de Brasília?

O que tem que ser dito está sendo dito nas ruas, não precisa de reunião para isso.

O poder que entenda o recado e cumpra a pauta.

PS: Presidenta Dilma! Aproveite a chance! Mande às favas a governabilidade! Prefira o povo ao Afif, por exemplo, que a senhora ainda tem chance.

Ainda é tempo de protestar sim

Dou razão aos que dizem que agora não adianta mais protestar contra a realização da Copa do Mundo no Brasil.

Realmente, isso tinha que ter sido feito cerca de cinco anos atrás, no dia em que o Brasil foi escolhido, e o Lula apareceu abraçado ao Blatter e ao Ricardo Teixeira, essa sim, mancha irremovível – e injustificável – na trajetória do ex-presidente.

Não adianta mais protestar.

Não contra isso.

Mas ainda dá tempo, e vale muito a pena, ir pra rua e gritar para que haja realmente o tal legado da Copa, que nos foi vendido em troca de apoiarmos o Brasil como sede do evento.

E é bom mesmo que ponhamos a boca no trombone, pois, pelo que se anuncia, o tal legado nos será negado, com perdão da rima pobre.

Em Brasília, o Veículo Leve sobre Trilhos, promessa de melhoria para a mobilidade urbana, virou lenda, encrenca nos tribunais e, pra variar, dinheiro posto fora, já que se gastou para fazer o projeto e abrir um canteiro de obra que está abandonado, cuja serventia atual é só enfear a cidade e atrapalhar o trânsito, prejudicando, ironicamente, a mobilidade urbana.

No Rio, me parece sem muita convicção o discurso de que a Baía de Guanabara está sendo despoluída, e que a meu ver seria o principal benefício que o carioca teria com as Olimpíadas, outro evento propagado como a redenção da estima nacional perante o mundo.

Isso sem falar na formação de uma cultura olímpica em nossos jovens, em nossas escolas públicas, para que realmente pudéssemos sonhar com a equiparação competitiva, algum dia, aos países papadores de medalhas. Essa cultura olímpica, definitivamente, não foi nem rascunhada.

Copa do Mundo e Olimpíadas ofereceram, mais do que qualquer outra coisa, a oportunidade de o Brasil finalmente aprender a se planejar, esquecer no passado o seu modo torto de improvisar tudo e achar, equivocadamente, que a coisa sempre acaba dando certo. O atropelo na ampliação dos aeroportos mostra que mais uma oportunidade está sendo perdida.

Por isso acho que é tempo de protestar sim, não contra o que já foi feito, possivelmente roubado, mas pelo que ainda pode ser feito para, de verdade, beneficiar a população.

Vamos antes que seja tarde também, e o único legado seja aquele que vai encher os bolsos da meia dúzia de sempre.

Top 10

1 – Qualquer manifestação contra preço e condições do transporte público no Brasil é necessária. Se esse transporte fosse melhor, você que está na sua Toyota Hilux não ficaria tanto tempo preso no engarrafamento.

2 – R$ 0,20 a mais na ida e na volta do trabalho, somados, ao final de cinco dias úteis, equivalem ao almoço de dois dias nos restaurantes populares do DF, por exemplo, uma das unidades da federação com o custo de vida mais alto. Mas nós, que compramos queijo cottage e peito de peru todos os dias, não temos como saber disso.

3 – Depredar patrimônio público é injustificável, mas é difícil que entre milhares não haja os porra-louca e até mesmo os infiltrados para implantar a baderna e jogar a sociedade – conservadora – contra os manifestantes.

4 – Eles não invalidam o movimento.

5 – Finalmente alguém entendeu que é muito cômodo ficar reclamando no feicibúqui, e foi pra rua viver a vida real.

6 – Qual o problema de os manifestantes serem jovens de classe-média? Prefiro eles nas ruas do que trancados nas academias, preocupados apenas com os bíceps e com a bunda. Quando minhas filhas crescerem, quero que elas coloquem a boca no trombone.

7 – Me dá sono a ladainha dos burocratas petistas do governo repetindo que tudo não passa de orquestração para manchar a imagem do Brasil lá fora.

8 – Repito: prefiro o pau quebrando ao marasmo classe-média com seu ingresso pro jogo do Brasil na mão.

9 – As manifestações fizeram a TV Globo parar um pouco de transmitir ao vivo o diário do Neymar.

10 – E por falar em Copa do Mundo, o Brasil lembra aquele sujeito que não paga o colégio dos filhos há quatro meses, mas comprou um carro de luxo em 96 prestações.

A bola murcha do rádio e do futebol

Minha paixão pelo rádio certamente nasceu quando comecei a acompanhar as transmissões das partidas de futebol por volta de 1975.

Meus locutores favoritos eram José Carlos Araújo (até hoje é) e os falecidos Jorge Cury, cujo um dos bordões era “Anotem teeeeeeeeeeeeeeeempo e placar no Maracaaaaaaaaaaaaaaa!; e Waldir Amaral: “Você, ouvinte, é a nossa meta! Pensando em você é que procuramos fazer o melhor!”.

Mas a bola do rádio esportivo parece que murchou. José Carlos ainda reina sozinho e não vejo – ou melhor, ouço – ninguém com muita pinta de que vá assumir o trono. Os locutores esportivos de hoje em dia não nos deixam mais com os nervos à flor da pele, com aquele modo de narrar que nos fazia achar que a bola já estava entrando, quando ainda nem passara da linha do meio campo. Ou , no caso de Waldir Amaral, justamente o contrário: a pelota já estava na rede e ele ainda narrava o passe pro gol. O que dava nos nervos do mesmo jeito.

Talvez a culpa não seja de meus ouvidos, muito menos dos narradores. É possível que venha de um certo desencanto que já há alguns anos nutro pelo futebol.

O que era uma espontânea expressão da identidade de um povo, cada vez mais se torna refém de uma sofisticada engrenagem financeira. Quase não se entrevista mais jogadores à beira do campo, então, não há mais um Dadá Maravilha para dizer que era um prazer jogar em Belém, “a terra onde Jesus nasceu”, segundo ele. Hoje as entrevistas têm que ser após o treino, de banho tomado, na frente de um painel lotado de marcas de patrocinadores.

É claro, o chato sou eu que não entendo que futebol é um negócio, como música, indústria de automóveis e fábrica de macarrão.

Mas quem suporta o Neymar 24 horas por dia na nossa frente, em todos as TVs que ligamos, em todos os lugares por onde passamos? E essa campanha para que a gente acredite que ele é mesmo esse gênio da bola e que vai salvar nossa medíocre seleção de um vexame em casa?

Tudo bem. Se pegarmos dez exemplares das antigas revistas Cruzeiro e Manchete, em pelo menos oito estarão ou Pelé ou Garrincha. Ou seja, a massificação não é de agora.

Mas hoje é muito maior, até porque existem muito mais formas de se massificar um produto, uma pessoa, um candidato a ídolo e a Deus.

E a vantagem de antigamente é que não tinha o Galvão Bueno.

É com o Z ou com S?

Meu nome é André Luis, embora nem eu mesmo lembre muito bem disso.

Durante toda a vida, e até hoje, fui obrigado a responder: seu nome é com Z ou com S?

Minha filha mais nova se chama Clarice. E agora, além de responder pela grafia do meu nome, tenho que deixar bem claro também: Clarice com C.

A dúvida das pessoas é filha das “desnecessidades” da Língua Portuguesa.

Qual a utilidade de Z e S desempenhando a mesma função? Precisamos de verdade de C e SS, se apenas um deixaria tudo resolvido? Decidir-se por apenas um em nada prejudicaria o uso da língua. Isso é tão certo quanto escrever criança com Ç. Pensando bem, qual a utilidade do Ç se já existe SS? E vice-versa.

A Tia Eni da primeira série diria que “ora! Há regras para a utilização dos fonemas”, mas acho que ela nunca pensou que aquilo que se ajeita simplificando dispensa regras.

O tal acordo (?) ortográfico de alguns anos atrás perdeu a oportunidade dourada de tornar nossa língua um instrumento prático de comunicação escrita, e não fonte de tormentos sem utilidade.

É que certamente foi fechado por quem não entende que ela não precisa se manter complicada para continuar bela.

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